quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Bico calado


  • «(…) Sendo assim, usando pedagogia antiga, proponho que para educar a Supernanny a obriguem a escrever, num quadro de ardósia, um milhão de vezes, tantos quantos os espectadores do seu programa, a seguinte frase: "A intimidade de uma criança não é um espetáculo giro. A intimidade de uma criança não é um espetáculo giro. A intimidade de uma criança não é um espetáculo giro. A intimidade de uma criança não é um espetáculo giro. A intimidade de uma criança não é um espetáculo giro. A intimidade de uma criança não é um espetáculo giro..."» Pedro Tadeu, in Quem educa a Supernanny? - DN 23jan2018.
  • Sabia que a McDonald’s fatura em Espanha e «otimiza» os seus impostos no Luxemburgo, via Luxembourg McD Investments? La Informacion.
  • «Como força política, o UKIP foi, indiscutivelmente, uma invenção da imaginação dos media, criada e inflacionada pela incrível quantidade de tempo de antena concedida, especialmente pela BBC. Foi sempre claro que o UKIP era muito instável, não só por causa da natureza volátil das suas figuras seniores como também pelas suas contínuas lutas internas. Cameron poderia ter esperado que ele implodisse.» George Monbiot.
  • Robert de Niro está a aproveitar-se do rescaldo da catástrofe provocada pelo furacão Irma para alterar as leis de solos que regem Barbuda e implantar um resort de luxo, escreve Naomi Klein na Intercept. O Senado de Antigua e Barbuda alterou uma lei em vigor desde 1834, ano da abolição da escravatura, permitindo agora que privados possuam solos outrora comunais. Tudo isto depois do excelente papel que Robert de Niro desempenhou junto das Nações Unidas e de redes de televisão manifestando a sua solidariedade para com os milhares de desalojados e pedindo ajuda internacional para a reconstrução. Mas sempre omitindo que ele próprio tinha projetos de que poderia beneficiar. Aliás ele é dono de uma imensa rede de restaurantes, condomínios e hoteis nos EUA e no mundo. De Niro conseguiu os seus intentos através de um acordo que assinou, por 198 anos, com o primeiro-ministro Gaston Browne, um ex banqueiro agora baseado em Antigua, uma ilha que há muito enterrou a lei que dava posse das suas terras ao povo. Gaston Browne não hesita em rotular os adversários destas negociatas de terroristas económicos. Asha Frank, membro do Conselho de Barbuda está revoltado e fala de neocolonislismo. Com a ajuda do furacão Irma, Gaston Browne parece ter retirado o que os antigos donos coloniais de Barbuda não conseguiram: deslocou centenas de pessoas de Barbuda para Antigua e retirou-lhes os direitos sobre as terras comunais. Entretanto, avança a construção de um aeroporto, imprescindível para a invasão dos investidores, enquanto pouco ou nada se faz para repor a rede de infraestruturas tão necessárias para permitir o restabelecimento das vidas dos locais. A bióloga Ayana Elizabeth Johnson escreveu uma carta a De Niro apelando para que deixe de ser testa de ferro de investidores sem alma e coração e que se ponha do lado do povo de Barbuda.
  • O governador de Porto Rico anunciou o projeto de privatização da energética do país. Mais um exemplo do chamado capitalismo de desastre. Common Dreams.
  • Milhares de haitianos protestaram junto da embaixada dos EUA em Port-au-Prince após Trump ter chamado «shithole» a Haiti. Trump é uma persona non grata em Haiti, afirmou Mario Joseph, um advogado e ativista dos direitos humanos. Via Common Dreams. Aliás os protestos, com o mesmo objetivo, aconteceram em New York, e em Palm Beach.

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